Wednesday, October 8, 2008

Reflexão estético-sociológica sobre o bigode

De tanto que caiu em desuso, a palavra “bigode”, por si só, já soa estranha e pejorativa. Bi-go-de. Pesquisando na memória virtual coletiva, a internet, não achei nenhuma explicação acreditável para sua etimologia. Num blog concorrente achei isso. É difícil imaginar que só foram inventar um nome pra essa saliência de pêlos logo acima da boca e abaixo do nariz depois que conheceram os tais visigodos aí. Só lembrando que a memória virtual coletiva às vezes falha também. Mas enfim, o bigode. Hoje se nota claramente um enojamento da sociedade com esse artefato estético dos homens. “Principalmente” dos homens, pois é sabido que muitas mulheres também o possuem, porém com um eufemismo, “buço” (muito mais singelo). Aliás, o que seria de Frida Kahlo sem o seu famoso biguço? No entanto, vamos deixar o buço das mulheres de lado. Vamos falar de bigode. Como já ia dizendo, a sociedade moderna, descolada, hi-tech repugna o bigode. É só olhar para as celebridades, essa galera do showbusiness pesado mesmo, quantos que você conhece deixam o bigodinho? - Barba completa não vale-. Não falo nem dos galãs, mas presidentes, atletas, músicos, apresentadores de TV, atores, jornalistas, big brothers etc. Dá pra contar nos dedos. Nem padeiro português usa mais, é anti-higiênico. Experimenta deixar o bigode... Se você se olhar no espelho e conseguir sair do banheiro, vai sentir o controle social agindo fortemente, sua mulher, namorada, irmã, avó, tia, a vizinha fofoqueira. Bigode de cobrador! Ou então... Seu Madruga! Trafica colombiano! Pablo Escobar! Essas coisas. Bigode não pode! É consenso. Aí é que está, é consenso. E tudo que é consenso, nas mãos dos alternativos da vez, vira pelo avesso. Tanto que é relativamente fácil perceber uns bigodinhos no pessoal, digamos, Cult. Johnny Deep, que, aliás, já fora muito mais símbolo Cult (antes, claro, dos Piratas da Disney), vez por outra aparece de bigode, Gael Garcia Bernal, galã das menininhas Cults, também cultiva(desculpa aí) um bigodinho. Músicos também. O cara do Justice, The Killers etc. Daqui a pouco vira coisa de descolado, aí depois vira moda e vai até ter jogador de futebol usando de novo. Rivelino’s style. É que nem cabelo moicano. Há algumas décadas era coisa de punk, hoje é coisa de criancinha. Dizem que, assim como a história, a moda é cíclica. Se de fato for, bigodes heróicos como do aloprado Albert Einstein, do não menos aloprado Charles Chaplin, ou até o bigode locomotiva do alopradíssimo Nietzsche voltarão a povoar os rostos da moçada. Então é isso aí, é barba, cabelo e bigode! Opa... Tira o bigode. Bigode não pode!

3 comments:

Anonymous said...

oxe
e o bar lá da várzea? eu vou dizer a ele pra processar vc.

Anonymous said...

o bar da várzea é um outro exemplo da decadência do bigode.
Obrigado.

Anonymous said...

seu punga, escreva meu nome direito